Nos filmes de ficção científica produzidos até os anos 1990, era comum ver ciborgues: pessoas que eram parte máquina, como o Robocop. Você já parou para pensar que hoje temos disponíveis uma série de acessórios tecnológicos que funcionam quase como uma extensão do nosso corpo, medindo nossos sinais vitais ou permitindo aumentar as informações que recebemos sobre a realidade que nos cerca?
Roupas, sapatos, relógios, óculos, capacetes, pulseiras e até luvas são itens que romperam a barreira da moda e já oferecem funções muito além das usadas pelos nossos antepassados. Esses acessórios tecnológicos recebem um nome especial: wearable.
O que são acessórios tecnológicos?
Um relógio que faz muito mais que marcar horas. O tênis que é praticamente um personal trainner. A jaqueta com sistema de som integrado. Uma luva que atende o celular. Inegavelmente, estamos num momento em que vemos antigos objetos passarem a ter uma função inteligente. Ou, pelo menos para sermos mais justos, mais eletrônica ou digital. Isso que chamamos aqui de acessórios tecnológicos são itens que você usa diretamente ligados ao seu corpo e que têm uma função além de proteger seu corpo das intempéries ou terrenos acidentados. Pelo contrário: eles se fundem e criam algo que antes só existia em filmes e livros.
Tecnologia wearable
Para wearable tradução é simples: aquilo que pode ser vestido, mas se preferir um termo só, seria “vestível”. Ou seja, estamos falando de uma tecnologia mais versátil, uma que conseguimos vestir. Não sendo tão literal, podemos estender o conceito de wearable para tudo aquilo que conseguimos vestir, carregar e manter por perto como acessório. No entanto, é necessário que o aparelho seja conectado com a internet e/ou com outros aparelhos.
Espera, antes de você pesquisar no google “wearable o que é”, deixa eu ilustrar para você com alguns exemplos:
- Smartbands como a Mi Band;
- Smartwatches como o Apple Watch;
- Óculos de realidade aumentada como o Gear Vr;
- Calçados como o Nike Adapt.
Qualquer objeto do seu cotidiano levado junto ao corpo, se adaptado com a tecnologia certa, pode virar wearable. E vai por mim, essa inovação tecnológica pode te ajudar mais do que você imagina.
Wearable: tradução do desejo de vestir tecnologia
A vertente mais forte da tecnologia wearable está se desenvolvendo em torno dos nossos pulsos. São pulseiras e relógios que cada vez mais estão caindo no gosto da população por ter como função mais do que mostrar o horário ou ser decorativo. Vejamos as funções mais comuns desse tipo de dispositivo:
- Controle de frequência cardíaca;
- Acompanhamento de qualidade do sono;
- Contagem de passos;
- Monitoramento de atividades físicas e queima calórica;
- Despertador;
- Envio e recebimento de mensagens;
- Alarme de queda enviado para contatos, especialmente para idosos;
- Localizador GPS, muito usado para crianças;
- Notificações de vários aplicativos como WhatsApp, por exemplo;
- Realização de ligações…
Claro que nem todos os modelos vão ter todos os recursos citados acima, mas há alguns dispositivos capazes de fazer até mais do que listamos aqui. Mas será que já passou pela sua cabeça que um wearable pode salvar sua vida? Porque isso já aconteceu, mais de uma vez.
Falemos de alguns relatos sobre o Apple Watch, o smartwatch da Apple e mais popular da sua categoria. Em um dos casos, um idoso estava andando de bicicleta, ao identificar uma queda, o dispositivo acionou o socorro e enviou o sinal de GPS que indicava onde encontrar o usuário. Por causa dos danos sofridos pelo idoso, o smartwatch foi fundamental para garantir a sua saúde.
Em outro caso, o relógio acordou a senhora que o utilizava indicando que seus batimentos cardíacos estavam irregulares, o que a fez procurar um hospital e evitar um derrame ou ataque cardíaco iminente uma vez que fora descoberta uma doença no coração.
Legal, mas isso deve custar uma fortuna
Depende. Há modelos, sim, que chegam a milhares de reais. Mas smartwatches ou smartbands simples, que tenham apenas as funções básicas, podem ser encontrados por menos de R$ 50. Por exemplo, simpáticos e coloridos reloginhos com GPS, botão de pânico e autofalante para receber ligações adotados por pais que querem ter mais tranquilidade no acompanhamento dos filhos. Ou filhos que querem saber se está tudo bem com pais idosos.
Com exceção dos tênis, cada vez mais comuns em academias mundo afora, e dos relógios, os outros dispositivos que falamos lá em cima ainda não emplacaram com força. De fato, alguns modelos não capricharam muito no design – e precisamos lembrar que as pessoas querem a tecnologia, mas também querem estar elegantes. Já que a tendência é o crescimento da tecnologia weareble, os modelos mais estilosos certamente vão ser mais bem aceitos.
Apple Watch X Relógios Suíços: deu wearable
Se antes da virada do século, alguém disse a um executivo de uma marca de relógios de luxo que sua principal concorrente seria uma empresa do Vale do Silício que estava à beira de decretar falência, certamente seria tachado como louco. Entretanto, duas décadas depois, esse é o cenário real.
Numa vitória de lavada, a Apple vendeu dez milhões de relógios a mais do que todos os fabricantes suíços juntos, no ano de 2019. Enquanto o Apple Watch, da empresa de tecnologia, cresceu 36%, Tissot, Tag Heuer e Swatch tiveram retração de 13% nas vendas. Isso sem contar outros fabricantes, como a chinesa Xiaomi que já tem smartbands por preços bastante acessíveis. Em suma, esse é mais um exemplo de que a disrupção pode vir de onde menos se espera.
Já que são acessórios tecnológicos, os gadgets que combinem moda, design e boas funcionalidades terão grande apelo para que mais gente queira usá-los. Vários dispositivos wearable já estão sendo criados ou aperfeiçoados para facilitar nossa rotina. Há até mesmo pesquisas que se estendem a literalmente itens de vestuário, roupas. Mas me conta, como a tecnologia wearable poderia ajudar na sua rotina?
