A mudança no algoritmo do Facebook não é a única coisa que afeta o alcance. Há outras razões, como por exemplo crescimento da plataforma, mas é definitivamente uma das coisas mais importantes.
Desde 2018, o algoritmo do Facebook está evoluindo rapidamente, à medida que a rede social se esforça para tornar o tempo que as pessoas gastam nele mais valioso e significativo. Mas, em 2020, o foco é tornar sua plataforma mais transparente e dar às pessoas um controle mais autonomia sobre o que querem ver.
O que é o algoritmo do Facebook?
Fazendo um resumão, o algoritmo do Facebook é a estrutura de sistemas de informação pela qual a rede filtra quais postagens os usuários verão e em qual ordem, em cada vez que atualizarem os seus feeds de notícias.
Com isso, os profissionais de marketing e usuários para fins profissionais da plataforma que não se mantiverem atualizados em relação a essas mudanças, podem ter mais dificuldade em fazer com que seu conteúdo chegue até o público.
Um resumo das mudanças
2004 – 2009
O Facebook surgiu em 2004, mas seu feed de notícias foi lançado em 2006. O botão Curtir estreou em 2007, mas provavelmente naquela época o Facebook nem pensava ainda em algoritmo. Até então, o feed chamava-se “timeline”, exatamente por ser uma linha do tempo. Foi em 2009 que a plataforma estreou o “news feed” classificando as histórias com base na popularidade de cada postagem. Foi aqui que o algoritmo entrou em cena.
2009 – 2019
Foi uma década de ajustes de bastidores que culminaram na experiência que os usuários hoje conhecem. O feed construído de forma personalizada é criado por um software que segue as diretrizes do secreto algoritmo. Ele são analisados, para cada usuário, dezenas de milhares de dados. O objetivo da equipe de Mark Zuckerberg é fazer o usuário permanecer o máximo de tempo na rede social. Mas por quê? Simples. Quem gasta mais tempo lá dentro vai ver mais anúncios e, consequentemente, aumentar o faturamento da plataforma.
2012
A timeline volta em 2012, mas em um outro formato. Sem alterar os cálculos que mostram na sua página principal o newsfeed, a equipe de Mark Zuckerberg passou a permitir que você visse o perfil de alguém, ordenado cronologicamente. Cada postagem poderia ter um filtro específico de privacidade e o recurso foi liberado gradativamente, permitindo uma espécie de híbrido entre os dois formatos existentes até aqui.
2015
Em 2015 o algoritmo do Facebook mudou e lançaram o filtro “ver primeiro” para permitir que os usuários escolham quais páginas eles gostariam de em destaque em sua página. Quem recebe a estrela, pula todos os requisitos de relevância automatizados – já que o usuário escolheu dar prioridade àquelas pessoas, páginas ou grupos. Eles também começaram a prejudicar marcas que publicavam um alto volume de conteúdo orgânico com teor promocional (ou seja, postagens em suas páginas institucionais com conteúdo idêntico aos dos anúncios.)
2016
Mais uma mudança para a conta (literalmente, rs). As publicações de amigos e familiares tiveram prioridade. O valor de uma postagem passou a ser medido pelo tempo que os usuários passam com ela, mesmo que não gostassem ou não compartilhassem. Presumiu-se que alguém que tenha parado para dar atenção a um conteúdo havia tido seu interesse despertado com ele, mesmo que não realizasse nenhuma ação. Faz sentido, né? O vídeo ao vivo também ganhou evidência, pois já que atraía o dobro do tempo de audiência comparado aos vídeos comuns.
2017
Nem tudo são likes. Antes dessa mudança, havia aquele desconforto: se alguém postou uma mensagem de “luto”, devo curtir? Não é estranho? As reações de coração, choro ou a carinha zangada foram lançadas em 2017 e aumentaram a chance de uma resposta rápida mais adequada ao tom do que estava postado. Por outro lado, a plataforma começou a rankear vídeos pela suas taxas de qualificações.
2018
Foi em janeiro de 2018, respondendo a algumas críticas, que Mark Zuckerberg anunciou novas alterações no feed do Facebook. Como resultado, priorizariam postagens que estimulam conversas e interações significativas. A mudança foi feita para aumentar a qualidade, e não a quantidade, do tempo que as pessoas gasta na plataforma e assuma mais responsabilidade por como a rede social afeta o bem-estar de seus usuários.
Sendo assim, a prioridade passou para postagens com muito engajamento (por exemplo, comentários, reações, respostas a comentários, compartilhamentos). Em outras palavras: para ter um bom alcance e obter engajamento, as marcas já precisariam ter criado diálogos com seus usuários.
2019
Acha que as mudanças acabaram por aí? Nada disso! Um ano depois, em março de 2019, um estudo apontou que embora o engajamento aumentasse 50% ano a ano, o modo como o algoritmo do Facebook mudou também aumentou a divisão e a indignação, pois tendia a promover posts que estimulavam as pessoas.
Conjuntamente, o algoritmo interrompeu postagens e anúncios com conteúdos de fontes duvidosas (também conhecido como fake news ou boatos).
Mas depois de todas essas modificações e você entender como funciona o algoritmo do Facebook ao longo do tempo, vamos aos dias atuais.
Como fica o algoritmo do Facebook a partir de 2020?
Já em 2020, a equipe da plataforma declarou que seu foco é ajudar os usuários a entender melhor como funciona o algoritmo do Facebook. As pessoas serão estimuladas a assumir o controle dos filtros de aparecimento dos posts para fornecer um feedback melhor.
Essas classificações são feitas de acordo com dados sobre os comportamentos individual e coletivo na plataforma. Por exemplo: as pessoas estão compartilhando essa postagem com seus amigos? Com que frequência você curte os posts do seu sócio? Da sua irmã? Você costuma assistir a vídeos ao vivo? Qual é o seu grupo favorito? Quantas postagens estão, teoricamente, disponíveis para você ver agora? Quão novas elas são?
O Facebook menciona três categorias principais desses filtros de publicações:
- Com quem um usuário normalmente interage
- O tipo de mídia na publicação (por exemplo, vídeo, link, foto etc.)
- A popularidade do post
Por que estou vendo essa postagem?
Em março de 2019, foi lançada uma nova ferramenta com objetivo de aumentar a transparência da rede e o controle do usuário no feed de notícias. O botão “Por que estou vendo esta postagem?” Faz exatamente o que diz: ajuda as pessoas a entender por que o algoritmo escolheu aquela publicação.
O recurso também permite que as pessoas digam diretamente ao algoritmo o que é importante – ou menos importante ou totalmente irritante – para elas. Isso significa que eles podem dizer ao Facebook que desejam menos publicações de uma pessoa em específico ou ver mais de uma página em particular.
Em seguida, em maio de 2019, o Facebook começou a fazer perguntas diretamente aos usuários, por meio de pesquisa, para obter mais contexto sobre o conteúdo que importa para eles. Algumas das perguntas feitas foram:
- Quem são seus amigos íntimos?
- Quais postagens (links, fotos e vídeos) consideram valiosas?
- Quão importante é um grupo específico do Facebook no qual vocês se juntaram?
A chave é a relevância
A rede social usou todas essas respostas para atualizar a forma como funciona o algoritmo do Facebook com os padrões extrapolados. Por exemplo, as Páginas e os Grupos que as pessoas identificaram como mais importantes eram geralmente as que seguiam há muito tempo, aquelas com as quais se envolviam frequentemente e as que tinham muitas postagens.
Na central de ajuda, o Facebook destaque o feed é ajustado para conectar o usuário a pessoas, locais e assuntos importantes. A prioridade é de amigos e família, com destaque para conexões e atividades. Apesar de não conhecermos detalhes do algoritmo do Facebook, que é guardado a sete chaves, eles nos oferecem algumas pistas do que entra na conta:
- Comentários ou reações de amigos ou membros da família a um post de alguém que também seja da sua rede.
- Reações em publicações editoriais que tenham sido compartilhadas por amigos (comentário nosso: repare que quando muitas pessoas de sua rede compartilham um mesmo conteúdo, os reposts são agregados e exibidas em destaque pra você).
- Volume grande de respostas aos comentários em vídeos assistidos ou artigos lidos (mais uma observação nossa: quanto mais conversa um post gera, maior a chance de aparecer – mas se alguém comenta sem ver o conteúdo, a relevância é menor).
Esses tópicos são relacionados com outro ponto, muito questionado. O fato de uma postagem que você já viu, e até já reagiu a ela, aparecer de novo. Quando aquele conteúdo gera debate, será mostrado a você que seus amigos têm interagido bastante por ali.
Apesar de muitas pessoas terem reclamado que o algoritmo do Facebook mudou, não adianta chorar. Ainda mais se você faz negócios pela internet, o jeito é entender como a plataforma funciona e tirar o melhor proveito. A menos que você queira cometer “facebookcídio” e apagar sua conta, resta dançar conforme a música. Como se diz por aí, my roof, my rules. Meu teto, minhas regras. Ainda mais que essas alterações acabam afetando outras redes sociais tão utilizadas pelos usuários, como o Instagram.
9 formas para trabalhar de acordo com o algoritmo do Facebook
- Inicie conversas que levem as pessoas a conversarem entre si – e responda as respostas gerando ainda mais diálogo
- Publique quando seu público estiver online
- Nunca publique conteúdo que o desclassifique
- Publique vídeos de alta qualidade e que tenha mais de 3 minutos
- Poste com frequência e consistência
- Aproveite os Grupos do Facebook que são importantes para o seu público e seja ativo, com conteúdo relevante, neles
- Apoie seus ganhos orgânicos com anúncios pagos
- Deixe seus seguidores saberem como priorizar seu conteúdo em seus feeds de notícias
- Capacite a sua equipe a trabalhar por você, da forma como você faria
No final do dia, em toda rede social, engajamento e relevância andam de mãos dadas.Com tudo isso, você está pronto para fazer com que o algoritmo do Facebook opere a favor da sua empresa e dos seus conteúdos!