Soft skills: você é capaz de sentir a dor do outro?

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Se você tem acompanhado a gente, já deve estar sabendo que o mercado tem cobrado habilidades e competências que vão além dos diplomas e experiências profissionais de antigamente. Características comportamentais e ligadas à personalidade, as chamadas soft skills, têm ganho mais peso nos processos seletivos externos e internos.

Aqui, vamos abordar as soft skills a partir de algumas perspectivas: ora do seu ponto de vista pessoal, ora do ponto de vista do mercado de trabalho em si. É importante ressaltar que elas sozinhas não são mais importante que os saberes técnicos. O objetivo sempre deve ser fazer com que as coisas se complementem, em todos os sentidos, fazendo de você um profissional relevante.

O que são soft skills?

Conforme dito anteriormente, soft skills são as competências inerentes do ser humano em sua subjetividade. Estamos falando de comportamento, personalidade, traços e tudo aquilo que caracteriza um indivíduo como pessoa. Tais como:

  • criatividade;
  • organização;
  • negociação;
  • inteligência emocional;
  • tomada de decisões;
  • pensamento crítico;
  • comunicação eficaz;
  • simpatia / cortesia;
  • colaboração;
  • resiliência;
  • relacionamento interpessoal (networking);
  • ética;
  • paciência;
  • atitude positiva;
  • honestidade;
  • sensibilidade para dar más notícias;
  • iniciativa;
  • automotivação;
  • otimismo;
  • generosidade;
  • capacidade de ensinar;
  • liderança;
  • facilidade em aprender;
  • flexibilidade;
  • respeito à hierarquia;
  • autoconfiança;
  • objetividade;
  • cordialidade;
  • foco;
  • perseverança, entre outros.

Poderíamos listar essas habilidades por horas, porém cada organização tem sua cultura e o que é desejável para uma corporação, pode ser motivo de dificuldade de adaptação em outras. Entretanto, podemos resumir soft skills como tudo aquilo que faz de você alguém único, que te diferencie das máquinas. Não seja um humano-robô.

Mas será que você já parou para pensar como essas competências funcionam quando entram em contato com a sociedade? Vamos lá!

Qual habilidade te mantém no seu trabalho?

Dizem por aí que se contrata pelo currículo e demite-se pelo comportamento. Isso mais do que nunca reforça a importância de trabalhar suas soft skills! Um profissional que entrou recentemente para a empresa pode ter dificuldade de cumprir a meta ou atingir os resultados esperados, por exemplo. Isso é compreensível e pode exigir mais paciência do gestor no período de adaptação. Mas se ele não se portar de forma condizente e não se adequar ao clima organizacional, ele não vai durar muito tempo. E olha que isso independe dos resultados, hein!

Você analisa seu próprio comportamento?

Partindo do princípio que essas habilidades são mais subjetivas e difíceis de mensurar, você é fundamental nessa equação. As soft skills se traduzem no comportamento. Você pode acreditar que tem várias características incríveis, mas se você não demonstra, isso não vale de muita coisa. Analisar o próprio comportamento é uma das formas de medir e desenvolver soft skills, vamos ver outras?

  • Trabalhe seu autocontrole. Estamos falando de inteligência emocional, de autorregulagem e de qualquer outro nome que queira chamar, mas o importante é que você precisa aprender a se administrar. É preciso que você aprenda a externalizar aquilo que julga importante, tanto em um nível emocional, quanto no que diz respeito a atitudes. Estamos falando do seu comportamento como um todo.
  • Gerencie seu tempo. Novamente, você pode ter algumas das habilidades mais requisitadas do mercado, mas elas não valem de nada se você não conseguir mostrar. Ajuste prazos de entrega compatíveis com a sua realidade, por exemplo.
  • Comunique-se bem. Coloque sua comunicação como prioridade, não se deixe ser interrompido ou guarde suas palavras para si: podem ser ideias muito boas ou fonte de insight para outros. Além disso, reconheça a importância de saber dar feedbacks – negativos e positivos – nos momentos certos. Seja para colegas, seja numa posição de liderança e até para quem está em posição hierárquica superior.
  • Escute. Criar uma cultura de feedback é fundamental. Muitas vezes estamos voltados para o nosso próprio umbigo ao extremo e não conseguimos enxergar com clareza. Dê uma pausa, tome um espaço, pergunte e, principalmente, escute. Você só tem a melhorar pedindo para os outros avaliarem suas habilidades.
  • Evolua. Não adianta escutar com um ouvido e deixar tudo sair pelo outro. Trabalhe essas críticas para que estas sejam um impulso para boas mudanças, receba críticas como forma de melhorar.

Você considera a empatia como uma soft skill sua?

Dentre as inúmeras habilidades que essas estratégias podem ajudar a desenvolver, tais como atitude, resiliência, comunicação eficaz e resolução de conflitos, por exemplo, falemos de uma está sendo cada vez mais requisitada pelo mercado: a empatia.

Deixando de lado as soft skills genéricas, é provável que você imagine que existe uma atitude que você ajuda a desenvolver muitas habilidades importantes: colocar-se no lugar do outro. Ok, isso também conseguimos resumir em uma palavra que pode ser considerada genérica, mas o que não conseguimos medir é a importância que esse movimento tem para as empresas.

Empatia: a soft skill de calçar os sapatos dos outros

Vejamos a perspectiva interna da coisa: a relação entre você e seu ambiente de trabalho. É perceptível o quanto a empatia se torna importante nesse caso, não é? Primeiramente, colocando-se no lugar do seu colega, cliente e parceiro comercial você consegue ajustar sua comunicação, entender comportamentos e posturas, além de conseguir prever (e solucionar) situações.

Para analisar em uma perspectiva externa precisamos primeiro entender que toda empresa gira em torno do seu cliente, certo? Ela pode solucionar um problema ou facilitar a vida dele, por exemplo, mas de um jeito ou de outro, ela toca na ferida. Se há uma ferida, há uma dor e aqui está a pergunta de um milhão de dólares: você é capaz de sentir a dor do outro? Se sim, parabéns, você está no caminho certo.

Sentir a dor do outro torna você um profissional melhor em todos os sentidos. Isso te capacita não só para oferecer uma melhor solução, quer seja um serviço ou produto, mas também de desenvolver a experiência como um todo. Estamos falando da forma como você se comunica com o cliente, como o entende e o acompanha no seu cotidiano.

Habilidades e competências que sejam realmente suas

Se no campo das habilidades e competências técnicas, as hard skills, já se compreende que é preciso compor uma equipe de forma complementar, o mesmo se aplica às soft skills. Desta forma, características que podem ser muito requisitadas para uma função se tornam um empecilho para a carreira em outras áreas. Um gestor de varejo e um coordenador de pós-venda, por exemplo, podem ter perfis muito distintos.

As soft skills são habilidades multifacetadas, mas não combinam com desonestidade. Se já é ruim mentir sobre hard skills, pior ainda tentar fingir que tem soft skills, como alguém que é cabeça-quente fingir que tem paciência e depois estourar, por exemplo. Imagina que torta de climão. Seja como for, uma característica comportamental não é necessariamente melhor que outra, já que existem atividades diferentes para habilidades diferentes. O importante é que você encontre aquela que se adeque ao seu perfil e aprimore.

Nesse sentido, a chave para tornar-se um profissional mais maduro do ponto de vista das competências comportamentais é o autoconhecimento. Saiba receber feedbacks e críticas construtivas e analise se a forma como você se relaciona com a empresa e com suas atividades é a mais adequada para a posição que você ocupa. Ou para aquela que você deseja ocupar no próximo degrau.

Cada uma das características que tratamos aqui podem ser colocadas em mais de uma situação, quer seja pessoal ou profissional, e todas elas exibem traços da sua personalidade. Você deve ter percebido, também, que essas soft skills não se encontram em caixinhas separadas: uma complementa e desenvolve a outra. Nisso, só me resta perguntar o quão pronto você está para sentir a dor do outro?

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