Sair do modo leitor

Gestão da inovação: inovar é sempre caro e complicado?

Gestão Inovação

Muita gente responderia sim às duas questões, logo de cara. Mas, na verdade, o que é mais caro e o mais complicado de tudo é não permitir as condições para a inovação acontecer. O chave para destravar este processo está na gestão da inovação.

Um ambiente fértil para novos processos, modelos, produtos ou mercados começa com investimento em gestão da inovação. O modelo mental de quem dirige a corporação precisa estar pronto para esse processo. Mas qual processo?

O que é gestão da inovação?

Gestão da inovação, ou, melhor ainda PARA a inovação, é basicamente você saber o que precisa cobrar, quem precisa contratar e o que tem que olhar dentro da organização. É basicamente a melhor maneira de dar longevidade para a relevância da sua organização.

A cada minuto acontece a corrosão da relevância do seu negócio, porque tem gente criando coisa nova que vai disputar a fatia onde você atua. Por isso, gerir inovação pode ser mais importante do que efetivamente inovar. É aí que a empresa começa a descobrir como inovar.

A gestão para a inovação permite que você abra o raio e possibilita criar soluções focadas na dor essencial de um segmento. Gerir inovação faz com que sua corporação dite o ritmo de um setor do mercado, antecipando mudanças que certamente vão acontecer. A empresa que tem uma boa gestão e constrói uma sólida cultura de inovação torna-se capaz de criar o amanhã.

Como inovar gastando pouco?

A História é rica em exemplos que mostram que inovar pode ser simples e até barato. Em 1908, as oito ferrovias de Londres se uniram para criar a primeira rede interligada de trens subterrâneos – a Underground Electric Railways Company of London que deu origem ao primeiro sistema de metrô do mundo, o que já era uma mudança incrível para a época, registremos.

Eles fizeram um mapa convencional, que era uma tremenda bagunça: levava em conta distâncias reais; mostrava rios, ruas, praças, parques, o que era inútil para o usuário do sistema. A interligação, que era uma ótima ideia, já que pouparia recursos com funções sobrepostas e permitiria ter uma malha muito mais eficiente, aumentando o número de usuários, foi um fracasso completo.

As pessoas, com aqueles mapas horrorosos, acabavam não sabendo fazer a baldeação e pagavam duas passagem. O que era pra oferecer um serviço mais barato ficava mais caro e a evasão de clientes foi enorme. A gestão da inovação no metrô não soube explicar o novo processo de forma clara e simplificada aos usuários. E agora? Como reverter o prejuízo? Onde estaria o erro?

Anos depois, abrem um concurso para tentar salvar o novo sistema, abrindo para novas propostas de mapas do metrô. Foi então que Harry Beck, engenheiro eletricista demitido de uma das empresas, propõe um modelo muito mais simples com regras bastante claras: linhas retilíneas, horizontais, verticais ou diagonais em precisos 45º de inclinação.

Sem nunca ter estudado cartografia, Beck se inspirou nos circuitos e placas eletrônicos, algo do dia-a-dia dele. Afinal, o que o usuário precisava saber era em que estação entra, em que estação troca de trem e onde deve sair. Não é? Isso tudo estava lá, no diagrama eficiente e de fácil compreensão criado pelo engenheiro eletricista. Os mapas foram um sucesso e o sistema de metrô londrino se ramificou pela capital.

Por este serviço, que beneficia diariamente nos dias atuais milhões de pessoas no mundo, ele recebeu algo equivalente a menos de R$ 2.000 em valores presentes. Como teria sido se ele, dentro da companhia, tivesse um ambiente amigável, fértil para novas ideias, com uma boa gestão da inovação?

Este é um exemplo de que não saber gerir a inovação pode prejudicar até serviços essenciais. A melhor forma de inovar e gastar pouco é estimulando o seu time a encontrar novas soluções. Em outras palavras: fazer uma gestão para a inovação

Fora da cultura da inovação, não há salvação

O seu negócio vai ser destruído, sinto informar. Agora, se essa destruição vier do seu próprio time, capaz de desenhar o negócio que substituirá o que fazem hoje, sua empresa estará um passo à frente. Ela não é derrotada pela mudança e, sim, ressurge com ainda mais força. É altamente desafiador, mas totalmente possível. Ter uma forte cultura de inovação, bem gerida, conduzirá seu pequeno, médio, grande negócio ou mesmo sua carreira profissional para uma nova fase.

Esta capacidade de resolver os problemas e encontrar soluções internamente, aproveitando o momento de mudança como oportunidade e não como um risco fará toda a diferença na relevância futura do seu negócio.

E você? Vai destruir o seu negócio e criar um novo ou deixar que o ataque pegue sua organização de surpresa? Vamos começar a ter uma boa gestão da inovação ou, melhor ainda, uma gestão direcionada para estimular a inovação?